A malta gosta de bola, prontos. Uma vez até fizemos um site, que se chama maisfutebol. Somos jornalistas e tudo. Mas aqui não. Diagnósticos, prognósticos e inseguranças técnico-tácticas para maisfutebol@iol.pt

sábado, abril 30, 2005

Papa-misto


O Chelsea é campeão de Inglaterra. Com 4-quatro-4 jogadores portugueses, mais o Mourinho («the self-styled "special one"», Guardian dixit) e uns quantos da equipa técnica. Temos agenda mediática assegurada para uma semana.

(by Apanha-bolas)

quinta-feira, abril 28, 2005

Calão

Levar uma ganda teca. Que é como quem diz "tareia". Está-se sempre a aprender. E não estou a falar do Sporting.

(by Apanha-bolas)

quarta-feira, abril 27, 2005

Megalómano? Ele? Não sei porquê!

António Oliveira queria receber o Benfica em Paris. No Parque dos Príncipes. Diz ele que era para internacionalizar o nome do Penafiel. Já agora, porque não no Maracanã? Ainda melhor: inaugurar o novo Wembley. Isso é que seria uma internacionalização, ó Oliveira!

(by O Homem a quem lhe aconteceu não sei o quê)

«Vamos ser campeões porque o Sporting e o Benfica são muito irregulares»

Passei por aqui para colar um rápido post-it (perceberam a chalaça, post, colar, post-it, enfim, este meu cerébro não pára) só para sublinhar a afirmação do Quaresma. Porque se ele há coisa que define este F.C. Porto é realmente a regularidade.

(by O Homem a quem lhe aconteceu não sei o quê)

terça-feira, abril 26, 2005

A roupa interior era do Estoril

Primeira mão: a roupa interior que o árbitro Hélio Santos utilizou no Estoril-Benfica foi emprestada pelo roupeiro dos canarinhos, que por ter gentilmente cedido a que usava foi obrigado a ver o jogo no balneário dos visitados, enrolado numa toalha. As autoridades que coordenam o «Apito dourado» estiveram na Amoreira a recolher a roupa interior em causa, que será agora analisada ao detalhe e poderá ser a chave do processo. Consta que o árbitro ainda não devolveu o que lhe foi emprestado, o que adensa a suspeita de que algo de errado se terá passado.

(by Falso lento)

Estava a trabalhar, não vi

O major voltou à Liga. Lamentavelmente, estava a trabalhar no meu gabinete, não tive tempo de ir cumprimentá-lo.

(by Falso lento)

Para o Algarve já!

Visto na tv, o ambiente no Estoril-Benfica (foi mais um Benfica-Estoril, mas pronto) pareceu fantástico. Lembrei-me do Euro. O Estádio do Algarve é um caso estranho: horrível vazio (aquelas cadeiras lilás...), engrandece-se quando lotado. Se dependesse de mim todas as semanas uma equipa seria obrigada a jogar no Algarve. Só porque é bonito, os algarvios têm um blog a sério e sempre que não estão a disparar sobre o campo do Farense parecem tipo simpáticos. Enquanto o major não toma posição sobre este assunto, sugiro que o Estrela da Amadora se mude já para o Algarve, com a Reboleira, o Bingo, a Cova da Moura e tudo o resto a que temos direito.

(by Falso lento)

sexta-feira, abril 22, 2005

Desculpe lá, professor...

Consta nos «mentideros» de Braga que Mesquita Machado terá prometido, diante de testemunhas, tomar banho nu na fonte da Avenida caso a equipa ganhasse o campeonato. Como para encenações do grotesco já me chega o Kusturica, é com pesar que comunico que a grande sensação da temporada acabou de perder um adepto. Nada contra si, «mister» mas, mesmo para as boas novidades, há alguns preços simplesmente inaceitáveis.

(by Espoliado de Incheon)

quarta-feira, abril 20, 2005

Ninguém larga o Zé careca

O homem é um incompreendido. O aspecto não ajuda, o discurso muito menos, mas sofre de maneira genuína. Passada a barreira dos 50 anos, está naquela fase de deslumbre retardado, em que cada momento é uma descoberta. O pinguim dançou de forma desconcertante, mas merece nota zero na performance. Como dançarino não vai longe, como treinador estará no Jamor.

E fica um desabafo, transmitido pelo próprio homem do leme, pouco depois de não ter escondido as emoções quando viu Meyong falhar o penalty: «Ó chefe, você não me larga» (era para o reporter de imagem que não cessava de filmar aquele espectáculo).

Entre o sorriso nervoso e a lágrima, Rachão acreditava, acima de tudo, que podia contrariar os adeptos que não o amam e que desconfiam das suas capacidades. O festejo do golo foi, por isso, compreensivelmente ridículo, como as declarações de Chumbita (contra os que criticaram a aposta neste treinador) e o facto de alguém querer comparar o Zé careca ao Zé do boné, o inesquecível Pedroto.

(by Arquero)

O pinguim artrítico

Longe de mim pretender retirar brilho à passagem do V. Setúbal à final da Taça. Pelo contrário: no jogo do Bonfim, o Vitória fez o suficiente para ganhar folgado e foi incomparavelmente melhor do que o seu adversário. Além de que o regresso ao Jamor, 32 anos depois, tem um valor histórico a que nenhum adepto do futebol fica indiferente.

Dito isto, apenas um desabafo: há festejos que, de tão ridículos, deveriam implicar a anulação imediata do golo conseguido, por razões puramente estéticas. Depois de Bruno Ribeiro ter conseguido aquela obra-prima, os passinhos de pinguim apressado de José Rachão, com os bracitos colados ao tronco, a espanadar, seguido daquele pulo grotesco e de um pífio soco no ar, imitando, talvez, um Pelé artrítico no esplendor dos seus 97 anos, fizeram decerto corar de vergonha o mais entusiasta adepto do VIII exército.

Palavra de honra, é por coisas destas que eu de vez em quando perco a fé no futebol português. Além do Olegário, claro. Se ele tivesse repreendido o banco do Vitória por evidente atentado ao bom gosto e fizesse recomeçar o jogo com bola ao solo no local onde Rachão iniciou o seu momento Baryshnikov, eu ainda lhe perdoava mais uma arbitragem desastrosa. Assim não.

(by Espoliado de Incheon)

terça-feira, abril 19, 2005

Mourinho deixa a SIC

Começou e terminou no mesmo dia o programa de José Mourinho, na SIC. Como não vi, perdi um momento histórico.

(by Falso lento)

segunda-feira, abril 18, 2005

Um insulto ao futebol

A entrada de Sousa sobre João Alves não merece meias palavras: é simplesmente criminosa. Já a passividade de Olegário Benquerença, que conseguiu ver a falta mas não viu pretexto, sequer, para um cartão amarelo - que naquelas circunstâncias já seria ridículo - é um insulto ao futebol. Há quem se entretenha a contabilizar «penalties», foras-de-jogo, golos mal e bem anulados e livres marcados ao contrário para demonstrar que a arbitragem portuguesa vai mal. A mim, basta-me ver aquele lance para ter a certeza de que o problema começa muito antes dos «sistemas», das pressões e dos tráficos de influência. Chama-se, na maior parte dos casos, incompetência.

(by Espoliado de Incheon)

domingo, abril 17, 2005

Registo

Deixei o estádio da Luz à 1.20 da manhã. Posso garantir que nessa altura o Costinha já tinha parado de defender.

(by Espoliado de Incheon)

sábado, abril 16, 2005

A frase do dia

Pertence, sem favor, a Sagnol, o lateral direito do Bayern Munique. «Não posso analisar agora os erros que Kahn cometeu nos últimos três anos, para isso precisaria de 10 dias», disse o francês. É giro, tem até um leve toque de classe, sobretudo se comparado com o último grande momento de franqueza entre colegas, o duelo Dyer-Bowyer.

(by Falso lento)

Viva o Jorge Duarte!

Acabei de ler a conversa do Sérgio Pereira com o Jorge Duarte, no Maisfutebol. É sempre espantoso «ouvir» um jogador a falar de futebol. O jornalismo «de desporto» podia ser muito menos complicado se treinadores e jogadores (pelo menos eles...) percebessem que aquele tipo de discurso é interessante e faz todo o sentido. Viva o Jorge Duarte, e as ideias que partilhou sobre o João Moutinho.

(by Falso lento)

Que raio...

...estava eu a fazer em frente à televisão na sexta-feira à noite? Resposta: a ler a «Sábado» enquanto ouvia o som distante das bolas perdidas no Beira Mar-Boavista. O Mourinho está na capa e o artigo não traz novidades. Mas vale a pena pelo excerto do «dossier» dado aos jogadores do F.C. Porto antes da final da Liga dos Campeões, com o Mónaco. Não sei se aquele tipo de documento é muito comum entre os melhores treinadores do mundo, sobretudo na véspera de jogos daquela dimensão, mas sei que o do Mourinho é muito interessante. A não perder, para quem gosta de futebol.

(by Falso lento)

Duas coisas boas

O Beira Mar-Boavista de sexta-feira à noite teve duas coisas boas: o golo de Beto e a chuva sobre as hortas (deve haver...) de Aveiro.

A chuva é capaz de já ter passado. O golo podem sempre vê-lo por aí. Sugiro a Sport TV (ou a TVI, para quem estiver acordado às 10:30 de sábado...), porque tem várias repetições e rever nunca é de mais num caso destes.

A propósito, começo a pensar que o Beto até tem lá dentro qualquer coisa. Aos 28 anos ainda vai a tempo de agarrar um lugar num clube um pouco acima do médio. Provavelmente com outra cor de cabelo.

(by Falso lento)

sexta-feira, abril 15, 2005

«Post» lamechas

O futebol tem coisas comoventes. A exibição de João Moutinho com o Newcastle foi uma delas. A felicidade de Hugo Viana, aos saltos e abraços no relvado, depois de ver o seu patrão eliminado pelos seus amigos, foi outra.

(by Espoliado de Incheon)

quinta-feira, abril 14, 2005

Moutinho, Barbosa e a telepatia

Pedro Barbosa tem praticamente o dobro da idade de João Moutinho. Em condições normais, caberia ao miúdo o papel de completar a tarefa iniciada pelo mais velho. Esta noite, em Alvalade, foi ao contrário. O miúdo que, além de ser magro, há seis meses ainda não se tinha estreado na primeira equipa, assumiu sem pestanejar o trabalho pesado. Que, para quem não viu o jogo, consistiu em ser o mais inteligente, confiante e determinado jogador do Sporting quando as coisas corriam mal. Depois, quando foi preciso, entrou a classe do «joker» veterano a desequilibrar as coisas de vez, como se viu com o lance do 2-1 e os que o antecederam.

Para mim, o momento mais alto de uma noite imensa não foi nenhum dos quatro golos. Foi quando Barbosa recebeu a bola sobre a esquerda, e demorou todo o tempo do mundo, com o desplante dos sábios, até descobrir a movimentação perfeita do miúdo, à entrada da área. O cruzamento foi perfeito, a cabeçada de Moutinho um pouco menos. Mas foi bonito ver duas pessoas de gerações diferentes entenderem-se por telepatia, utilizando a linguagem universal do talento.

(by Espoliado de Incheon)

Uma questão de «timing»

Há uma semana deixei aqui um «post» pessimista em relação ao Sporting-Newcastle. Mesmo não tendo dúvidas de que o Sporting era, e sempre foi, melhor equipa do que os ingleses, parecia-me que a instabilidade defensiva e a instabilidade emocional da equipa de Peseiro, a que se juntavam a ausência de Liedson, lhe davam um handicap negativo muito forte.

Agora que o jogo acabou, é com alívio que escrevo: ainda bem que me enganei. Mas como sou teimoso, acrescento: só em parte. Dois dos três pontos negativos cumpriram-se: o Sporting voltou a ser uma equipa com grande instabilidade defensiva; e sentiu, durante muito tempo, a falta de Liedson. O que o Sporting de facto não mostrou - e isso fez toda a diferença - foi a instabilidade emocional de outras noites. E com isso conseguiu voltar a exibir uma personalidade, e uma identidade colectiva, que já se lhe tinha visto em Roterdão e em Middlesbrough - que o tornam a larga distância, nas noites boas, a equipa portuguesa que melhor joga.

Desta vez o teste era mais exigente e a resposta foi mais categórica. E o discurso de Peseiro nos dias anteriores mostrou que estava a ser feito um bom trabalho a esse nível, lembrando as virtudes óbvias da paciência e da persistência. Mas, quanto a mim, a mudança decisiva não aconteceu em Alvalade, nem em Newcastle, nem sequer em Alcochete. Começou, sim, a acontecer no domingo passado, em Vila do Conde, com a derrota do Benfica no último minuto e a reentrada do Sporting na luta pelo título. Foi preciso aquele golo do Miguelito para que o Sporting deixasse de olhar para si próprio como um vencedor moral - a forma mais cómoda de alguém se deixar derrotar com estilo.

Se, como diz José Peseiro, o seu grupo está a acreditar cada vez mais em si próprio, o mérito é obviamente seu e dos jogadores, acima de tudo. Mas ninguém me tira da cabeça que uma pequeníssima parte da «culpa» deste apuramento para as meias-finais da Taça UEFA vai para o Rio Ave e o seu perfeito sentido de «timing».

(by Espoliado de Incheon)

Quarto escuro

Ontem à noite tive o privilégio de ver um dos três maiores «penalties» vivos da história do futebol. O derrube do guarda-redes brasileiro Gomes (PSV) ao avançado brasileiro Nilmar (Lyon) foi tão evidente, espectacular e cristalino que merecia uma medalha. Passando por cima do pormenor de "Gomes" não ser nome de guarda-redes, nem aqui nem em Araraquara, o facto de o árbitro dinamarquês Kim Milton Nielsen ter conseguido fazer de conta que não viu o abalroamento merece também ele, à sua maneira, uma medalha: foi seguramente um novo «record» mundial de cegueira selectiva.

Como já antes, na primeira parte, o árbitro conseguira perdoar uma expulsão flagrante a Diarra (Lyon), acabou por haver uma forma enviesada de justiça na incompetência do senhor Nielsen. E como as duas equipas acabaram por ser igualmente beneficiadas e prejudicadas de forma grosseira, o desfecho da eliminatória acaba por não merecer contestação.

Mas, como a azelhice deve ser punida, eu defendo que, em casos tão evidentes de falta de qualidade, os árbitros devem ser fechados num quarto escuro, com os jogadores das duas equipas, logo após o final do jogo. Durante vinte minutos ninguém queria saber: havia total liberdade para que jogadores e árbitro pudessem trocar umas amáveis impressões sobre os lances polémicos. Depois, os bombeiros iam lá buscar o senhor, com a maca.

(by Espoliado de Incheon)

terça-feira, abril 12, 2005

Mas por que corriam eles?

Lamento dizer que o Bayern-Chelsea me aborreceu. Assim que o remate de Lampard tabelou nas pernas de Lúcio ficou tudo decidido. Só os alemães é que não perceberam, entregando-se a 60 minutos de cansaço inútil. Para aquelas cabecitas teimosas, acabarem a apenas um golo do prolongamento foi um castigo merecido: assim vão ficar mais tempo a remoer o jogo e a pensar no que podia ter sido diferente. Alguns talvez acreditem que até tinham condições para passar - nunca se sabe os limites da obstinação teutónica: basta ver que os Modern Talking ainda editam discos. A verdade é que nunca tinha visto quatro golos tão sem história como os que vieram depois: meros apêndices num guião traçado com uma semana de antecedência e encerrado aos 29 minutos.

De resto, registo apenas um momento: o do golo de Pizarro, para o 1-1. Porque de uma assentada tirou a perfeição a duas actuações fantásticas: a de Ricardo Carvalho, que ao deixar-se antecipar por Ballack provou que afinal é humano, depois de passear uma classe assombrosa pelo relvado do Olímpico durante 89 minutos; e a da equipa de arbitragem, que não viu Pizarro beneficiar de um fora-de-jogo para fazer a recarga.

Essa acabou por ser a única mancha numa autêntica lição sobre como dirigir um jogo de futebol. Com toda a pressão em redor do jogo, com o braço-de-ferro entre o Chelsea e a UEFA, com aquele «penalty» de Ballack, na primeira mão, a lançar suspeitas sobre todo e qualquer contacto, o que Mejuto Gonzalez conseguiu em Munique eleva-o à condição de craque. E é tão difícil reparar nos árbitros por boas razões...

(by Espoliado de Incheon)

segunda-feira, abril 11, 2005

Acusações e perdas de memória

Não querendo abordar pormenores éticos, considero minimamente aceitável o incentivo pela positiva. É reprovável, mas não desvirtua o jogo. No lado oposto, pagar para alguém perder é crime.

Petit achou que o Rio Ave estava a correr mais do que era normal e só por isso venceu o Benfica. Bem, há muitas explicações para essa reacção: não saber perder; não saber falar; pura perda de memória, etc. Talvez alguém lhe tenha sussurrado alguma coisa ao ouvido enquanto esperava pela sua vez na «flash-interview», mas o que é certo é que Petit disse o que disse, esquecendo-se dos méritos de um adversário que já não surpreende ninguém.

Também se terá esquecido de um certo episódio ocorrido na última jornada da época 99/00, em que se falou muito em incentivos à sua equipa, o Gil Vicente, para vencer um grande. Nessa altura, os galos de Álvaro Magalhães também não precisavam de incentivos, porque fizeram uma época fantástica e até ficaram em quinto lugar, mas que se falou nisso, falou-se. E o Sporting foi campeão...

(by Arquero)

As culpas repartidas

A derrota do Benfica em Vila do Conde, e a vitória do Sporting sobre o Beira Mar, é mais penalizadora para José Couceiro do que para Trapattoni. O «velhinho» continua na luta; o aprendiz vê a caravana passar, fixando o olhar no relvado e esforçando-se para não chorar. Mais uma oportunidade perdida. Porra, é mesmo azar.

(by Arquero)

Hummmm... aqui há dedo do João Bartolomeu

Posso até estar enganado, mas alguma coisa me diz que os comunicados publicados no site da U. Leiria são escritos pela mão do próprio João Bartolomeu. É assim uma impressão muito forte que tenho, pronto. Só não sei se é por causa do «metodo» escrito sem acento, se é das «classificassões» com dois s’s.

(by O Homem a quem lhe aconteceu não sei o quê)

Nostalgia Looney Tunes

Quando o Bip-Bip enganava o Coiote, correndo a uma velocidade supersónica e deixando uma nuvem de poeira e um rasto branco na paisagem, eu ria-me.

Quando o Speedy Gonzalez gritava «Arriba, arriba! Andale!» e corria a uma velocidade supersónica para fugir ao gato mau depois de lhe depositar uma bomba nas mãos, eu ria-me.

Quando a Formiga Atómica atarrachava o capacete e gritava: «Up, up and away!» antes de desaparecer a uma velocidade supersónica, eu ria-me.

Agora, que revejo pela 437ª vez o Roberto Carlos a dar 20 metros de avanço ao Beletti antes de gritar «Arriba, arriba! Andale!», fazer um «sprint» à Tex Avery e cruzar para o terceiro golo do Real, continuo a rir-me. O absurdo faz-nos rir em todas as idades. E poucas coisas são tão absurdas como um pique do Roberto Carlos.

(by Espoliado de Incheon)

Certeza

Depois de observar com a atenção possível o Rio Ave-Benfica, ninguém me tira uma certeza: a de que Evandro é o melhor jogador sem pescoço da Superliga.

(by Espoliado de Incheon)

E continuam a ter todos muita razão!

Diz Petit, médio do Benfica: «O Rio Ave estava muito moralizado até parecia que havia coisas por trás. Incentivos de terceiros? Se calhar houve. Parecia que eles estavam a jogar uma final. Não quero estar a levantar suspeitas, mas acho que deviam investigar isso».

Diz Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica: «Incentivos ao Rio Ave? Não vou por aí, o Benfica tem boas relações com todos os clubes e queremos continuar assim. Dou os parabéns aos meus jogadores, que fizeram tudo para ganhar, e os parabéns ao Rio Ave».

E o que digo eu? Digo que entretanto já almocei, mas como também não quero levantar suspeitas vou aproveitar para tomar outro café.

(by Espoliado de Incheon)

E têm todos muita razão!

Diz Dias da Cunha, presidente do Sporting: «Até quando o escândalo da arbitragem vai continuar? O golo anulado a Hugo Viana, contra o Sp. Braga, fez com que o Sporting perdesse dois pontos. Estaria agora a dois pontos do Sp. Braga e a cinco do F.C. Porto. Isto não pode continuar assim».

Diz Beto, capitão do Sporting: «Nunca vou falar das arbitragens. Temos de deixar, cada vez mais, os árbitros em paz. Mas não só os jogadores. Deixem os árbitros fazer o trabalho deles».

Diz Luís Martins, treinador-adjunto do Sporting: «Nesta instituição não se comentam as decisões dos árbitros, nem a favor nem contra. Os árbitros decidem e não temos nada a dizer».

E que digo eu? Não digo nada, vou mas é almoçar. Estejam à vontade para completar o «post» por mim.

(by Espoliado de Incheon)

00h42

Já vi os golos da jornada. Todos os poucos golos - e o golo do Beira-Mar que o árbitro não validou. E os golos lá de fora. Mas na RTPN. A TVI que tem o exclusivo da coisa ainda não deu nada. Não se pode chutar a Quinta para canto?

(by Apanha-bolas)

domingo, abril 10, 2005

Perguntas de algibeira (I)

- Pai, porque é que gostas tanto de futebol?
- Porque às vezes há golos como o do Rui Costa.

(by Espoliado de Incheon)

Momento de poesia

Rui Costa recebeu a bola na zona central, a quinze metros da área do Brescia. Guinou para a lateral esquerda, fez que ia para a linha de fundo mas, como tem a camisola 10 em vez da 7 ou da 11, não foi. Voltou para trás, contornou quase com carinho o meco de camisola azul que lhe apareceu à frente, passou cuidadosamente de largo sobre a quina da área, porque os caminhos mais bonitos raramente são os mais óbvios. Depois, como quem desliza sobre a relva, seguiu em paralelo à linha até chegar à terra prometida. Aí, desenhou uma parábola perfeita, com um pé direito que, naquela altura, transportava toda a sabedoria de 120 anos de futebol no mundo. A bola não tinha escolha: seguiu o único caminho que lhe era admissível até encontrar o ângulo esquerdo. Castelazzi, o guarda-redes, cumpriu um papel importante na cena: ficou a olhar, esmagado pela dimensão do que lhe estava a acontecer naquela altura. Teve o privilégio de assistir em lugar VIP a algo com que muitos mortais não se cruzam durante toda uma vida: um momento de perfeição absoluta. Depois, o mundo voltou a girar sobre o seu eixo e a vida continuou como dantes. Minto: apenas um pouco melhor do que antes.

(by Espoliado de Incheon)

Uma bola com ideias à volta

Há uma semana, o Sporting reduziu a escombros o futebol pressionante e agressivo do Boavista com a receita mais velha do mundo. Posições ocupadas com inteligência, bola a girar mais rápido do que os jogadores, a solidariedade de quem não a tem a dividir o cansaço de quem a transporta e a multiplicar o cansaço físico e moral dos adversários que a perseguem.

Ontem, o futebol pressionante e agressivo do Boavista reduziu a escombros as últimas esperanças de um sub-F.C. Porto em revalidar o título. Porque, sem uma ideia de jogo colectivo há mais de oito meses, o ainda campeão nacional caiu no erro (mas teria alternativas?) de tentar ganhar recorrendo aos mesmos argumentos do adversário: garra, esforço e motivação.

Os resultados estão à vista: no primeiro caso, o exercício de contrastes premiou quem colocou a bola como prioridade absoluta de todos os movimentos, e o que se viu no Bessa foi um regalo para os olhos, tanto quanto o pode ser uma valsa sem parceiro. No segundo, o esforço de clonagem não resultou em nada que não outra derrota e mais 90 minutos sem identidade definida, para a equipa que há menos de um ano tinha a personalidade mais vincada de toda a Europa.

A moral da história tem várias etapas: 1- o futebol ainda pode ser algo mais do que 90 minutos de atletismo com bola; 2- nos momentos decisivos, é melhor ser coerente com as ideias próprias do que tentar copiar as ideias dos outros; 3- quando não se tem ideias próprias, então sim, o futebol é pouco mais do que 90 minutos de atletismo com bola. 4- aí, costumam ganhar os atletas mais treinados para correr e correr e correr. Por norma, perdem os espectadores. E a bola, coitada, que gosta de ter ideias à sua volta.

(by Espoliado de Incheon)

sábado, abril 09, 2005

Um bom jogo para ver na televisão

Por uma questão de princípio, o futebol é para ver no estádio. Mas jogos como o Boavista-F.C. Porto ficam melhor na televisão.

Desconheço quem foi o realizador (mas prometo informar-me), sei que a transmissão do Bessa foi um notável exemplo de como mostrar bem um jogo fraquito.

Tivemos o que jornalisticamente era relevante (as repetições correctas dos lances, as reacções de Jaime Pacheco, lá longe) e sobretudo fomos poupados aos tempos mortos por um conjunto de retratos da bancada. Os adeptos, mostrados na justa medida, no tempo certo e com a qualidade necessária, devem de facto fazer parte de uma transmissão de futebol. Enriquecem-na e aproximam-nos do ambiente do estádio, onde deveríamos estar.

O jogo passou sem grande relevância, embora durasse mesmo até ao final, mas a hora e meia de televisão foi boa.

(by Falso lento)

Até parece mal, mas pronto

Com o F.C. Porto neste estado, elogiar um jogador de Couceiro até pode parecer mal. Paciência, ele merece. Jorge Costa, o «capitão», tem sido tudo aquilo que um tipo que anda de braçadeira no campo deve ser: leal, honesto, empenhado, exemplar. Podia ficar aqui o resto da noite a juntar elogios mas ele não precisa. Basta vê-lo jogar. Inflizmente para a equipa, poucos parecem capazes de imitar Jorge Costa.

(by Falso lento)

sexta-feira, abril 08, 2005

Pior do que parece

O Newcastle-Sporting foi uma tremenda decepção. Em primeiro lugar porque o Sporting esteve longe de repetir as exibições objectivas de Roterdão e Middlesbrough e caiu num futebolzinho à portuguesa curta, dos anos 70. Muita posse de bola, total controlo das iniciativas de jogo, total falta de capacidade para incomodar a área inglesa - as únicas oportunidades aconteceram em remates a vinte metros.

Mas, ao contrário do que acontecia com as equipas portuguesas do antigamente, nem sequer foram as limitações nos argumentos físicos a fazer a diferença: foi a falta de inspiração de alguns elementos-chave, a que só Polga, Moutinho e Rogério foram escapando. Junte-se-lhe um Newcastle com grau zero de personalidade e ambição, e temos o que se viu no St. James' Park: um jogo chato, repetitivo, que decorreu quase sempre longe das áreas, em acções de ataque apenas esboçadas até um mau passe ou uma intercepção fazerem voltar tudo ao princípio.

O Sporting é melhor equipa? Sem dúvida, sempre o foi. E bastava a atitude totalmente passiva e destrutiva - com algumas sarrafadas lamentáveis para compor o ramalhete - para que o Newcastle merecesse ficar pelo caminho. Uma equipa inglesa típica já tem poucos conceitos de futebol nas veias além da combatividade, da nobreza e do «fair-play». O Newcastle nem isso mostrou, o que o aproxima perigosamente da nulidade absoluta. Mas estou longe de me sentir convencido de que as contas vão ser acertadas em Alvalade. Há derrotas por 1-0 que são menos más do que parecem pelo que deixam perceber de soluções para a segunda mão. A desta quinta-feira não foi uma delas. E não é só a baixa de Liedson que me faz pensar isto.

(by Espoliado de Incheon)

quinta-feira, abril 07, 2005

Por detrás de um grande técnico...

Depois de ver a «flash-interview» do Baltemar Brito em Londres, à RTP, fiquei ainda mais convencido de que Mourinho nem sequer viu o jogo: com um adjunto tão astuto e refinado como este, a vitória já estava no papo ainda antes de Rui Faria enfiar o garruço.

(by Espoliado de Incheon)

quarta-feira, abril 06, 2005

Aposto que lá levam mais

Um do Drogba, mais dois do Lampard, outro do Terry, o último do Duff.

(by Falso lento)

O gorro do Rui Faria

Foi a parte enigmática do Chelsea-Bayern Munique: por que estava este adjunto de José Mourinho de gorro enfiado nas orelhas, se a noite até era das amenas?

(by Falso lento)

Recado

Zé, deixa lá a bicicleta, podes voltar: o Fidalgo já se calou. Eu conto-te: a tua equipa ganhou 4-2, o Lampard e o Cole fizeram uma ganda joga. E o Milan, quanto ficou?

(by Espoliado de Incheon)

Inter-Milan explicado às crianças (II):

Afinal há um argumento forte para ver uma luta tribal entre italianos, mesmo sem o Rui Costa a jogar: António Fidalgo a comentar o Chelsea-Bayern. Ainda não chega para me fazer mudar de ideias, mas já falta pouco. E acho que se o Mourinho estiver a ver o jogo com a transmissão da RTP, daqui a nada também muda para San Siro.

(by Espoliado de Incheon)

Inter-Milan explicado às crianças:

Não joga o Rui Costa. Como não me lembro de mais nenhum motivo para ver lutas tribais entre italianos, 'bora para Londres.

(by Espoliado de Incheon)

segunda-feira, abril 04, 2005

Falar de bola

Acho que é muito difícil falar de futebol. Do jogo mesmo, do que se passa lá dentro, dos pequenos segredos, das estratégias, das tácticas, enfim, de tudo aquilo de que se fala pouco, pelo menos em Portugal.

Já é menos complicado falar das outras coisas do futebol. Os dirigentes, os árbitros, os adeptos, os ex-dirigentes, os ex-árbitros, os ex-treinadores. Aliás, é simples de mais.

Pelo menos é isso que me passa pela cabeça, todas as segundas-feiras à noite, quando o comando do televisor me leva ao local onde a cor é muito mais importante do que qualquer ideia e onde a verdade dos factos inexiste.

O futebol, mesmo o português, tem de ser muito bom para suportar tudo aquilo.

(by Falso lento)

Um momento determinante

A meio da segunda parte, com o marcador em 3-3 e os adeptos do Benfica à beira de um ataque de nervos, Petit recebeu a bola no meio-campo do Marítimo, sobre a esquerda, e olhou em volta. Caminho barrado para a frente. Linhas de passe tapadas pela boa pressão de Chainho, Wénio e Bino. Dos Santos demasiado perto. Luisão e Ricardo Rocha também pressionados por Marcinho e Silas. Solução: um atraso de 60 metros para Quim receber com os pés e reiniciar a jogada. A Luz rebentou em assobios nervosos. Petit abriu os braços e, com um gesto enérgico, mandou calar os adeptos, como quem diz: «Eu sei o que estou a fazer, ok?». Falo por mim, e apenas por mim, mas foi nesse momento que tive a certeza de que o Benfica ia ganhar o jogo.

Duas conclusões para este episódio: 1- os jogadores reagem quase sempre melhor do que o público às adversidades; 2- a coragem de ser lúcido, à distância de uma bancada, confunde-se muitas vezes com cobardia.

(by Espoliado de Incheon)

Alguma coisa está a mudar na Luz...

...quando até o nome de Trapattoni é aplaudido antes do início do jogo. E quando o italiano aceita jogar uma eternidade de seis minutos com três pontas-de-lança, e ainda Luisão plantado em permanência na área do adversário.

(by Espoliado de Incheon)

domingo, abril 03, 2005

Newcastle vs. Sporting (WBC, IBF, WBA)

No Newcastle-Aston Villa, dois jogadores do próximo adversário do Sporting na Taça UEFA, Bowyer e Dyer, foram expulsos por terem trocado uns murros entre si, durante o jogo. No Boavista-Sporting, Sá Pinto e Rui Jorge foram expulsos, após o apito final, por, supostamente, terem trocado uns murros com elementos do Boavista. Em face disto, ninguém pode negar algum favoritismo ao Sporting no jogo da próxima quinta-feira: murros por murros, os dos leões são claramente mais objectivos.

(by Espoliado de Incheon)

sábado, abril 02, 2005

«Post» de três palavras

1-Pedro; 2- Barbosa; 3- classe.

(by Espoliado de Incheon)

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A contagem decrescente chegou ao fim. A expectativa mórbida em directo também. Volta a haver liberdade para tornar os sentimentos (emoção, indiferença, tristeza, fé ou ausência de fé) independentes dos écrans de TV. Quem sente qualquer uma destas coisas já pode vivê-las à sua maneira, sem a ditadura universal e sufocante das «breaking news». O mundo continua a girar.

(by Espoliado de Incheon)

6... 5... 4... 3... CHEGA!

Em Itália, as autoridades desportivas decidiram suspender as actividades previstas para o fim-de-semana, em respeito pelo gravíssimo estado de saúde do Papa. Só uma sugestão: que tal as estações de televisão e rádio aproveitarem a deixa e fazerem o mesmo em relação à orgia de directos da praça de S. Pedro enquanto a única notícia por que verdadeiramente esperam não se concretizar? Há limites, mesmo para os «countdowns» mórbidos sobre o vazio, não?

(by Espoliado de Incheon)

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