Uma bola com ideias à volta
Há uma semana, o Sporting reduziu a escombros o futebol pressionante e agressivo do Boavista com a receita mais velha do mundo. Posições ocupadas com inteligência, bola a girar mais rápido do que os jogadores, a solidariedade de quem não a tem a dividir o cansaço de quem a transporta e a multiplicar o cansaço físico e moral dos adversários que a perseguem.
Ontem, o futebol pressionante e agressivo do Boavista reduziu a escombros as últimas esperanças de um sub-F.C. Porto em revalidar o título. Porque, sem uma ideia de jogo colectivo há mais de oito meses, o ainda campeão nacional caiu no erro (mas teria alternativas?) de tentar ganhar recorrendo aos mesmos argumentos do adversário: garra, esforço e motivação.
Os resultados estão à vista: no primeiro caso, o exercício de contrastes premiou quem colocou a bola como prioridade absoluta de todos os movimentos, e o que se viu no Bessa foi um regalo para os olhos, tanto quanto o pode ser uma valsa sem parceiro. No segundo, o esforço de clonagem não resultou em nada que não outra derrota e mais 90 minutos sem identidade definida, para a equipa que há menos de um ano tinha a personalidade mais vincada de toda a Europa.
A moral da história tem várias etapas: 1- o futebol ainda pode ser algo mais do que 90 minutos de atletismo com bola; 2- nos momentos decisivos, é melhor ser coerente com as ideias próprias do que tentar copiar as ideias dos outros; 3- quando não se tem ideias próprias, então sim, o futebol é pouco mais do que 90 minutos de atletismo com bola. 4- aí, costumam ganhar os atletas mais treinados para correr e correr e correr. Por norma, perdem os espectadores. E a bola, coitada, que gosta de ter ideias à sua volta.
(by Espoliado de Incheon)
Ontem, o futebol pressionante e agressivo do Boavista reduziu a escombros as últimas esperanças de um sub-F.C. Porto em revalidar o título. Porque, sem uma ideia de jogo colectivo há mais de oito meses, o ainda campeão nacional caiu no erro (mas teria alternativas?) de tentar ganhar recorrendo aos mesmos argumentos do adversário: garra, esforço e motivação.
Os resultados estão à vista: no primeiro caso, o exercício de contrastes premiou quem colocou a bola como prioridade absoluta de todos os movimentos, e o que se viu no Bessa foi um regalo para os olhos, tanto quanto o pode ser uma valsa sem parceiro. No segundo, o esforço de clonagem não resultou em nada que não outra derrota e mais 90 minutos sem identidade definida, para a equipa que há menos de um ano tinha a personalidade mais vincada de toda a Europa.
A moral da história tem várias etapas: 1- o futebol ainda pode ser algo mais do que 90 minutos de atletismo com bola; 2- nos momentos decisivos, é melhor ser coerente com as ideias próprias do que tentar copiar as ideias dos outros; 3- quando não se tem ideias próprias, então sim, o futebol é pouco mais do que 90 minutos de atletismo com bola. 4- aí, costumam ganhar os atletas mais treinados para correr e correr e correr. Por norma, perdem os espectadores. E a bola, coitada, que gosta de ter ideias à sua volta.
(by Espoliado de Incheon)
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