Uma questão de «timing»
Há uma semana deixei aqui um «post» pessimista em relação ao Sporting-Newcastle. Mesmo não tendo dúvidas de que o Sporting era, e sempre foi, melhor equipa do que os ingleses, parecia-me que a instabilidade defensiva e a instabilidade emocional da equipa de Peseiro, a que se juntavam a ausência de Liedson, lhe davam um handicap negativo muito forte.
Agora que o jogo acabou, é com alívio que escrevo: ainda bem que me enganei. Mas como sou teimoso, acrescento: só em parte. Dois dos três pontos negativos cumpriram-se: o Sporting voltou a ser uma equipa com grande instabilidade defensiva; e sentiu, durante muito tempo, a falta de Liedson. O que o Sporting de facto não mostrou - e isso fez toda a diferença - foi a instabilidade emocional de outras noites. E com isso conseguiu voltar a exibir uma personalidade, e uma identidade colectiva, que já se lhe tinha visto em Roterdão e em Middlesbrough - que o tornam a larga distância, nas noites boas, a equipa portuguesa que melhor joga.
Desta vez o teste era mais exigente e a resposta foi mais categórica. E o discurso de Peseiro nos dias anteriores mostrou que estava a ser feito um bom trabalho a esse nível, lembrando as virtudes óbvias da paciência e da persistência. Mas, quanto a mim, a mudança decisiva não aconteceu em Alvalade, nem em Newcastle, nem sequer em Alcochete. Começou, sim, a acontecer no domingo passado, em Vila do Conde, com a derrota do Benfica no último minuto e a reentrada do Sporting na luta pelo título. Foi preciso aquele golo do Miguelito para que o Sporting deixasse de olhar para si próprio como um vencedor moral - a forma mais cómoda de alguém se deixar derrotar com estilo.
Se, como diz José Peseiro, o seu grupo está a acreditar cada vez mais em si próprio, o mérito é obviamente seu e dos jogadores, acima de tudo. Mas ninguém me tira da cabeça que uma pequeníssima parte da «culpa» deste apuramento para as meias-finais da Taça UEFA vai para o Rio Ave e o seu perfeito sentido de «timing».
(by Espoliado de Incheon)
Agora que o jogo acabou, é com alívio que escrevo: ainda bem que me enganei. Mas como sou teimoso, acrescento: só em parte. Dois dos três pontos negativos cumpriram-se: o Sporting voltou a ser uma equipa com grande instabilidade defensiva; e sentiu, durante muito tempo, a falta de Liedson. O que o Sporting de facto não mostrou - e isso fez toda a diferença - foi a instabilidade emocional de outras noites. E com isso conseguiu voltar a exibir uma personalidade, e uma identidade colectiva, que já se lhe tinha visto em Roterdão e em Middlesbrough - que o tornam a larga distância, nas noites boas, a equipa portuguesa que melhor joga.
Desta vez o teste era mais exigente e a resposta foi mais categórica. E o discurso de Peseiro nos dias anteriores mostrou que estava a ser feito um bom trabalho a esse nível, lembrando as virtudes óbvias da paciência e da persistência. Mas, quanto a mim, a mudança decisiva não aconteceu em Alvalade, nem em Newcastle, nem sequer em Alcochete. Começou, sim, a acontecer no domingo passado, em Vila do Conde, com a derrota do Benfica no último minuto e a reentrada do Sporting na luta pelo título. Foi preciso aquele golo do Miguelito para que o Sporting deixasse de olhar para si próprio como um vencedor moral - a forma mais cómoda de alguém se deixar derrotar com estilo.
Se, como diz José Peseiro, o seu grupo está a acreditar cada vez mais em si próprio, o mérito é obviamente seu e dos jogadores, acima de tudo. Mas ninguém me tira da cabeça que uma pequeníssima parte da «culpa» deste apuramento para as meias-finais da Taça UEFA vai para o Rio Ave e o seu perfeito sentido de «timing».
(by Espoliado de Incheon)
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