A malta gosta de bola, prontos. Uma vez até fizemos um site, que se chama maisfutebol. Somos jornalistas e tudo. Mas aqui não. Diagnósticos, prognósticos e inseguranças técnico-tácticas para maisfutebol@iol.pt

terça-feira, outubro 25, 2005

Está tudo estudado

Jaime Pacheco estudou tão bem o Zenit que até percebeu a importância dos apanha-bolas para a equipa, mas palpita-me que já há alguém à frente do tempo. Quem havia de ser? Pois claro, José. Basta recordar o golo de Lampard com o Everton. Lançamento de Del Horno na esquerda, o árbitro Mark Clattenburg colabora na obstrução estudada a Essien, a bola sobra para Lampard, que, naquele jeito mortífero, a despacha para as redes do pouco elástico Nigel Martyn. O Chelsea até marcou dois golos limpos e podia muito bem ter ganho, mas aquele lance deixa-nos mesmo pensar que o homem tem tudo estudado...

(by Arquero)

sábado, outubro 22, 2005

Amar a arbitragem

Não, não se trata de nenhuma provocação ao V. Guimarães, que desta vez não se queixou da comunicação social, mas da deplorável exibição do «ladrão» sérvio. O amor à arbitragem é preconizado pelo ministro francês da Juventude e dos Desportos, o carismático Jean-François Lamour, que elaborou um documento em que defende a atribuição do estatuto legal de serviço público aos juízes. O futebol é só a face mais visível de um problema profundo, que continua mal resolvido e sistematicamente relegado para segundo plano.

Quando ainda só se fala do profissionalismo da arbitragem, a pátria da liberdade tenta voltar a dar o exemplo ao mundo para que, pelo menos, exista discussão. O documento não se preocupa em levantar mais questões, antes apresenta soluções concretas. Tudo isto porque Lamour considera que os árbitros são elemento essencial para o funcionamento da sociedade. Quais bombeiros ou polícias, reguladores de vontades e tantas vezes actores principais num oceano de obrigações.

(by Arquero)

sexta-feira, outubro 21, 2005

Paulo Bento: eu gosto

Aos 15 anos já aborrecia os meus pais e vizinhos com jornais de papel. Isto não faz de mim um génio, nem sequer um bom jornalista. Apenas um tipo que soube cedo (passada a fase do bombeiro, aí pelos 8-10 anos) o que queria fazer na vida. Paulo Bento é das poucas pessoas de futebol que conheço que antes de ser jogador já era treinador. Quer dizer, comportava-se como tal. Na forma como estava em campo, na atitude, na relação com os que o cercavam. Já não sei quando é que foi (dois-três anos), mas um dia estávamos por aqui na redacção a ouvi-lo numa conferência de imprensa e e a exclamação foi quase unânime: «Este vai mesmo dar treinador!». Já deu. E ainda bem. É boa pessoa, tem carácter, não se esconde, sabe de bola. Vai perder como os outros, claro, mas isso só não acontece durante aquela fase em que os jornais de papel e cola que fazemos só servem para os nossos pais estarem contentes por preferirmos isso a uma bolada num vidro do vizinho. Depois é sempre a cobrar. E está bem assim. Aos 36 anos é uma bela idade para ter uma oportunidade assim.

(by Falso lento)

segunda-feira, outubro 17, 2005

Só para registar

Enquanto estávamos aqui entretidos a ver o Marcel marcar e falhar golos, o F.C. Porto apresentou um prejuízo respeitável e o Benfica não lhe ficou atrás. Ou seja, os dois maiores clubes portugueses continuam alegremente a dar buraco. Sugiro que se continue a discutir os lençóis.

(Falso lento)

E a seguir?

Depois dos lenços, dos plásticos e dos lençóis, que tal as toalhas de cozinha? Vou ali montar uma banca de coisas brancas à porta do estádio mais próximo venho já. Este é o campeonato dos treinadores e temo que a coisa não acabe bem em lado nenhum. A sério. Assim de repente, parece que o campeonato da última época não foi uma excepção, antes inaugurou um tempo. Ainda é novo para lançar foguetes, mas acho que devíamos pensar um pouco na coisa. E se em vez dos dramas de Porto, Benfia e Sporting nos divertíssemos com a qualidade do Braga, do Nacional, até do Boavista (enfim...) e do Belenenses antes de se fica convencido de que jogava como tudo?

(by Falso lento)

César Brito

A esta hora, o antigo jogador do Benfica respira de alívio. Os dois golos de Nuno Gomes ao F.C. Porto e a vitória do Benfica no Dragão deixam César Brito mais descansado. Todos os anos lá tinha que dizer as mesmas coisas antes de um F.C. Porto-Benfica. O cheiro a bagaço no balneário, a confussão no túnel, os apertos a Carlos Valente, etc., etc. Já não havia muita paciência...

(by Livre de Marcação)

sexta-feira, outubro 07, 2005

O Estado da Nação

O homem socialista que acorre a todos comícios da campanha autárquica explodiu ontem em Sintra para lembrar a Fernando Seara, o candidato social-democrata à autarquia, que, afinal, foi ele Jorge Coelho e mais ninguém quem mandou alargar o IC 19. Jorge Coelho puxou dos galões e, inflamado como um tomate, gritou: «Quem mandou alargar o IC 19 foi eu, quando era ministro do equipamento social.» Ainda bem que o comício foi em Sintra e não em Entre-os-Rios.

P.S. Para que não se lembra, caiu uma ponte, morreram pessoas e o ministro demitiu-se.

P.S. 2: Só falei de política neste blog porque me irritam as pessoas de memória curta.

(by El Pibe da Trafaria)

quinta-feira, outubro 06, 2005

Respeitinho, sim...

Um dia de chuva, campo pelado, perigoso, mas ainda sem lençóis de água. A equipa da casa massacrava-nos com bolas pelo ar para as torres que tinham na frente. Perdíamos por 3-1 e não tínhamos a bola mais do que em um ou dois passes a meio-campo.

Minutos antes tentara, fizera dois dribles e dois dos outros chocaram como numa piada fácil de Benny Hill, com as risadas e tudo gravadas no estúdio. Mas o treinador olhou-me de lado e fez aquele gesto com a mão direita de um lado para o outro, de cima para baixo. Sempre achei que aquilo era um lugar-comum, não queria dizer nada. Não dava para trocar a bola, estávamos sempre de coxas a queimar no chão, não aguentávamos mais de dois metros em progressão. Não eramos maus... Bem, acho que não.

Acenei que sim ao treinador e na primeira bola que tive no pé direito corri para a baliza. Joga, joga. Simulei à frente do primeiro e o gajo disparou para o outro lado. Passa a bola! Os meus colegas começaram a correr em todas as direcções, mas o sangue saltava-me e não podia arriscar o passe. Havia o fora-de-jogo também. Abrandei e depois arranquei outra vez. Abriu-se um buraco e lá estava o guarda-redes. Puxei o direito atrás, fiz pontaria acima da cabeça e a bola entrou sem espinhas. Não sei se levava força, porque também não sei se fechei os olhos. Talvez tenha fechado.

Boa, miúdo. É isso! Um polegar para cima, um bigode atrás. Sorrisos no banco atrás do treinador. O capitão veio ter comigo e deu-me uma carolada. Porra, quantas vezes te disse para fintares sempre que possas? Ganhámos o jogo. Não fiz mais nada de jeito, apesar de ter empurrado um outro golo duma poça em cima da linha. Foi um dia mais feliz.

Sempre gostei de jogadores que tentassem alterar o pH do futebol, que assumissem que tinham de fazer algo para mudar o instituído. Se não fosse assim, não teria tanta piada. Por isso, calo-me sempre quando todos disparam contra um individualista. Porque ele sabe por que fez o que fez. sabe que sentiu que podia derrubar o mundo. A sua confiança, naquele momento, podia transformá-lo num herói. E um futebolista é isso: uma mistura de talento e confiança. Que varia conforme o molde. E depois, é um jogo de lógica e probabilidades.

Imaginam o meu treinador sentado no banco a gritar com o Maradona depois de este ter passado por três ingleses e em corrida para a baliza de Shilton? Eu imagino!

(by El Pibe da Trafaria)

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