A malta gosta de bola, prontos. Uma vez até fizemos um site, que se chama maisfutebol. Somos jornalistas e tudo. Mas aqui não. Diagnósticos, prognósticos e inseguranças técnico-tácticas para maisfutebol@iol.pt

terça-feira, fevereiro 28, 2006

A angústia de Jesualdo

A meia hora final da goleada de ontem do Sp. Braga foi o melhor naco de futebol que pude ver nesta Liga. Mesmo descontando o desnorte completo de um Rio Ave que já só queria sair dali depressa, convém lembrar que um adversário apático não ensina uma equipa a jogar à bola. E o que o Sp. Braga fez foi futebol muito, muito bom. Posições bem ocupadas, ideias claras nas transições para o ataque, fluidez na circulação de bola, todos a saberem onde estavam os pontos de apoio mais próximos, a sensação de que poderiam estar ali o tempo que fosse preciso sem perder um passe: simplesmente notável.

Por isso, ainda mais impressionantes se tornavam os grandes planos de Jesualdo Ferreira, que tem pesadelos com a remota ideia de um dia, por acidente, ser confundido com um gajo porreiro. De pé, junto ao banco de suplentes, a expressão do treinador oscilava entre a habitual carranca nº5, o meio sorriso e o sorriso aberto que, juro, chegou a passar-lhe pelos lábios num meio segundo captado pelo super-slowmotion da SportTV.

A verdade é que Jesualdo não está programado para ser feliz, ou pelo menos para mostrá-lo em público. E custou vê-lo a puxar tanto pelas meninges, na procura vã de qualquer coisa para lamentar no fim do jogo. O que a sua equipa lhe fez ontem foi uma grande maldade: trinta minutos de perfeição, pondo em xeque uma reputação cuidadosamente construída ao longo de trinta anos de futebol e cigarros. Não tenho a certeza, mas desconfio de que a culpa é toda do Kim, que tem pinta de ser um gajo porreiro.

(by Espoliado de Incheon)

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Ser alguma coisa

Sem ironias, acho que Co Adriaanse é bem capaz de ter ganho a Liga este domingo. Claro, houve o livre do Robert, o frango do Baía, o aproximar dos perseguidores e o relançar das emoções nas próximas semanas. Houve o prolongamento do trauma-Koeman e, antes de tudo isso, houve e há a incapacidade de ganhar um clássico. Que vai ter resposta definitiva em Alvalade.

Mas, ao manter o seu modelo, supostamente de risco, num jogo destes, o técnico holandês deu o passo mais importante para consolidar a identidade da sua equipa. É verdade que há opções de jogadores que parecem claramente inadequadas, a começar por Ivanildo. E é verdade que continua a não haver correspondência entre os riscos corridos e o volume de oportunidades que se criam à conta disso. Mas pelo menos o desenho passou o teste de fogo. Se joga assim na Luz e não perde por causa disso, o F.C. Porto pode passar a jogar da mesma forma em qualquer campo. E assim começa a resolver o maior problema da última época e meia: oficializa um projecto de jogo consistente, com funções bem definidas para todos os jogadores e compensações cada vez mais rotinadas.

Sinceramente, não acho que este modelo holandês (uma adaptação para dois pontas-de-lança do esquema habitual do Ajax nos anos 90) seja o mais adequado para a Liga ou, sequer, para as características dos jogadores portistas. Mas não duvido de que, nesta fase, tudo o que Adriaanse faça, ou venha a fazer, adaptando as suas convicções às circunstâncias, será um reabrir de portas à incerteza, à discussão e aos ziguezagues que, desde a saída de Mourinho, ganharam residência fixa no Dragão.

Descontando a eficácia duvidosa das substituições, na tentativa do empate, parece, à luz da Luz, que Adriaanse já tem a confiança suficiente para levar as suas ideias até ao fim. E ganhar, ou perder, com elas. É demasiado tarde? Talvez, fica a ideia de que até Janeiro o holandês tentou adaptar-se ao que o rodeava, e só agora decidiu levar até ao fim a coerência. Ser coerente não chega para ser o melhor. Mas ninguém consegue ser o melhor se não começar por ser alguma coisa.

(by Espoliado de Incheon)

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

«What a Messi!»
(by Regista)

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Post cínico

Uma equipa italiana treinada por um holandês, com seis brasileiros, quatro portugueses e um francês no onze inicial, ganhou uma «partita di calcio» a outra equipa italiana, treinada por um espanhol, com quatro espanhóis, dois ingleses, um finlandês, um norueguês, um irlandês, um australiano e um franco-maliano no onze inicial. Vá lá saber-se porquê, os italianos ficaram indiferentes, os portugueses ficaram eufóricos e os ingleses deprimidos. Deve ser a isto que se chama globalização.

(by Espoliado de Incheon)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Se é para embirrar, então vai tudo a eito

Se os digníssimos sócios desta tasca já tiverem acabado de medir as respectivas pilinhas, queria só contar-lhes uma história. É sobre uma cidade na Argentina, chamada Ushuaia, onde faz demasiado frio todo o ano para que a relva cresça nos campos de futebol. O complexo desportivo municipal é um conjunto de seis pelados de terra gelada, duros como lixa, à entrada da cidade, com o canal Beagle aos pés e os Andes nas costas.

Como não há relva em Ushuaia, as equipas locais não podem participar em campeonatos oficiais. Apesar da concorrência do futsal são os torneios municipais de miúdos que alimentam as discussões de café, ano após ano. E todos os Verões há sempre um ou outro puto habilidoso que se escapa dos pelados de lixa com os sonhos intactos e voa para Buenos Aires (o equivalente a Europa e meia) esperando pela oportunidade de jogar na relva. Que eu saiba, até hoje nenhum se tornou profissional.

Não sei quantos adeptos têm o Benfica, o Porto ou o Sporting na Terra do Fogo. Nem me interessa. Porque para mim o futebol está um bom bocado para lá da escolha de um emblema e de uma ou duas cores para me guiarem a existência. Nestas coisas, desculpem-me, tenho direito a ser tão fundamentalista como vocês. E como a cada dia que passa tenho mais saudades de chegar a casa com os joelhos em ferida, aceno um respeitoso adeus às vossas impressionantes pilinhas de milhões e candidato-me, consciente da minha pequenez de duche gelado, a sócio honorário das pernas esfoladas dos putos de Ushuaia.

(by Espoliado de Incheon)

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Só para embirrar (2º capítulo)



Foto tirada no Uganda, num momento de descontracção...








(by Regista)

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Só para embirrar

(foto tirada na Praia de Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil, Junho de 2005)

(by Arquero)

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

14 milhões? E há quem duvide?



[foto tirada no West Upper Side, Manhattan, Nova Iorque, EUA, Outubro de 2005]
(by Apanha-bolas)

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