Ser alguma coisa
Sem ironias, acho que Co Adriaanse é bem capaz de ter ganho a Liga este domingo. Claro, houve o livre do Robert, o frango do Baía, o aproximar dos perseguidores e o relançar das emoções nas próximas semanas. Houve o prolongamento do trauma-Koeman e, antes de tudo isso, houve e há a incapacidade de ganhar um clássico. Que vai ter resposta definitiva em Alvalade.
Mas, ao manter o seu modelo, supostamente de risco, num jogo destes, o técnico holandês deu o passo mais importante para consolidar a identidade da sua equipa. É verdade que há opções de jogadores que parecem claramente inadequadas, a começar por Ivanildo. E é verdade que continua a não haver correspondência entre os riscos corridos e o volume de oportunidades que se criam à conta disso. Mas pelo menos o desenho passou o teste de fogo. Se joga assim na Luz e não perde por causa disso, o F.C. Porto pode passar a jogar da mesma forma em qualquer campo. E assim começa a resolver o maior problema da última época e meia: oficializa um projecto de jogo consistente, com funções bem definidas para todos os jogadores e compensações cada vez mais rotinadas.
Sinceramente, não acho que este modelo holandês (uma adaptação para dois pontas-de-lança do esquema habitual do Ajax nos anos 90) seja o mais adequado para a Liga ou, sequer, para as características dos jogadores portistas. Mas não duvido de que, nesta fase, tudo o que Adriaanse faça, ou venha a fazer, adaptando as suas convicções às circunstâncias, será um reabrir de portas à incerteza, à discussão e aos ziguezagues que, desde a saída de Mourinho, ganharam residência fixa no Dragão.
Descontando a eficácia duvidosa das substituições, na tentativa do empate, parece, à luz da Luz, que Adriaanse já tem a confiança suficiente para levar as suas ideias até ao fim. E ganhar, ou perder, com elas. É demasiado tarde? Talvez, fica a ideia de que até Janeiro o holandês tentou adaptar-se ao que o rodeava, e só agora decidiu levar até ao fim a coerência. Ser coerente não chega para ser o melhor. Mas ninguém consegue ser o melhor se não começar por ser alguma coisa.
(by Espoliado de Incheon)
Mas, ao manter o seu modelo, supostamente de risco, num jogo destes, o técnico holandês deu o passo mais importante para consolidar a identidade da sua equipa. É verdade que há opções de jogadores que parecem claramente inadequadas, a começar por Ivanildo. E é verdade que continua a não haver correspondência entre os riscos corridos e o volume de oportunidades que se criam à conta disso. Mas pelo menos o desenho passou o teste de fogo. Se joga assim na Luz e não perde por causa disso, o F.C. Porto pode passar a jogar da mesma forma em qualquer campo. E assim começa a resolver o maior problema da última época e meia: oficializa um projecto de jogo consistente, com funções bem definidas para todos os jogadores e compensações cada vez mais rotinadas.
Sinceramente, não acho que este modelo holandês (uma adaptação para dois pontas-de-lança do esquema habitual do Ajax nos anos 90) seja o mais adequado para a Liga ou, sequer, para as características dos jogadores portistas. Mas não duvido de que, nesta fase, tudo o que Adriaanse faça, ou venha a fazer, adaptando as suas convicções às circunstâncias, será um reabrir de portas à incerteza, à discussão e aos ziguezagues que, desde a saída de Mourinho, ganharam residência fixa no Dragão.
Descontando a eficácia duvidosa das substituições, na tentativa do empate, parece, à luz da Luz, que Adriaanse já tem a confiança suficiente para levar as suas ideias até ao fim. E ganhar, ou perder, com elas. É demasiado tarde? Talvez, fica a ideia de que até Janeiro o holandês tentou adaptar-se ao que o rodeava, e só agora decidiu levar até ao fim a coerência. Ser coerente não chega para ser o melhor. Mas ninguém consegue ser o melhor se não começar por ser alguma coisa.
(by Espoliado de Incheon)
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