A angústia de Jesualdo
A meia hora final da goleada de ontem do Sp. Braga foi o melhor naco de futebol que pude ver nesta Liga. Mesmo descontando o desnorte completo de um Rio Ave que já só queria sair dali depressa, convém lembrar que um adversário apático não ensina uma equipa a jogar à bola. E o que o Sp. Braga fez foi futebol muito, muito bom. Posições bem ocupadas, ideias claras nas transições para o ataque, fluidez na circulação de bola, todos a saberem onde estavam os pontos de apoio mais próximos, a sensação de que poderiam estar ali o tempo que fosse preciso sem perder um passe: simplesmente notável.
Por isso, ainda mais impressionantes se tornavam os grandes planos de Jesualdo Ferreira, que tem pesadelos com a remota ideia de um dia, por acidente, ser confundido com um gajo porreiro. De pé, junto ao banco de suplentes, a expressão do treinador oscilava entre a habitual carranca nº5, o meio sorriso e o sorriso aberto que, juro, chegou a passar-lhe pelos lábios num meio segundo captado pelo super-slowmotion da SportTV.
A verdade é que Jesualdo não está programado para ser feliz, ou pelo menos para mostrá-lo em público. E custou vê-lo a puxar tanto pelas meninges, na procura vã de qualquer coisa para lamentar no fim do jogo. O que a sua equipa lhe fez ontem foi uma grande maldade: trinta minutos de perfeição, pondo em xeque uma reputação cuidadosamente construída ao longo de trinta anos de futebol e cigarros. Não tenho a certeza, mas desconfio de que a culpa é toda do Kim, que tem pinta de ser um gajo porreiro.
(by Espoliado de Incheon)
Por isso, ainda mais impressionantes se tornavam os grandes planos de Jesualdo Ferreira, que tem pesadelos com a remota ideia de um dia, por acidente, ser confundido com um gajo porreiro. De pé, junto ao banco de suplentes, a expressão do treinador oscilava entre a habitual carranca nº5, o meio sorriso e o sorriso aberto que, juro, chegou a passar-lhe pelos lábios num meio segundo captado pelo super-slowmotion da SportTV.
A verdade é que Jesualdo não está programado para ser feliz, ou pelo menos para mostrá-lo em público. E custou vê-lo a puxar tanto pelas meninges, na procura vã de qualquer coisa para lamentar no fim do jogo. O que a sua equipa lhe fez ontem foi uma grande maldade: trinta minutos de perfeição, pondo em xeque uma reputação cuidadosamente construída ao longo de trinta anos de futebol e cigarros. Não tenho a certeza, mas desconfio de que a culpa é toda do Kim, que tem pinta de ser um gajo porreiro.
(by Espoliado de Incheon)
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