Paulo Bento: eu gosto
Aos 15 anos já aborrecia os meus pais e vizinhos com jornais de papel. Isto não faz de mim um génio, nem sequer um bom jornalista. Apenas um tipo que soube cedo (passada a fase do bombeiro, aí pelos 8-10 anos) o que queria fazer na vida. Paulo Bento é das poucas pessoas de futebol que conheço que antes de ser jogador já era treinador. Quer dizer, comportava-se como tal. Na forma como estava em campo, na atitude, na relação com os que o cercavam. Já não sei quando é que foi (dois-três anos), mas um dia estávamos por aqui na redacção a ouvi-lo numa conferência de imprensa e e a exclamação foi quase unânime: «Este vai mesmo dar treinador!». Já deu. E ainda bem. É boa pessoa, tem carácter, não se esconde, sabe de bola. Vai perder como os outros, claro, mas isso só não acontece durante aquela fase em que os jornais de papel e cola que fazemos só servem para os nossos pais estarem contentes por preferirmos isso a uma bolada num vidro do vizinho. Depois é sempre a cobrar. E está bem assim. Aos 36 anos é uma bela idade para ter uma oportunidade assim.
(by Falso lento)
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