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domingo, abril 16, 2006

Boavista-Benfica, 2-3 (1993)

Não querendo desvalorizar esse jogador enorme que foi Paulo Sousa, nem quero imaginar o que teria acontecido ao futebol português e ao Benfica se tivesse sido outro jogador a decidir ir para a baliza nesse pântano do Bessa em 1993, logo depois da justa expulsão de Neno.

Veloso teria jogado até aos 70 anos, Pacheco podia ter perdido muito mais vezes as botas numa final da Taça dos Campeões, a Mozer seriam permitidas muitos mais carrinhos às pernas dos adversários, Iuran podia não treinar durante semanas a fio... Ainda bem que foi o Paulo, ufa, que antes de ir para a baliza já era um dos melhores em campo.

Todos nós temos vontade de criar heróis e mitos. Olhando com 13 anos de distância para essa noite, Paulo Sousa não foi nenhum Iashin ou Pfaff. Um remate apenas de Bobó, se não me engano, valeu-lhe a glória. Veloso, Mozer, Hélder, Schwarz, Hernâni, Paneira, Rui Costa, Isaías e Futre taparam todos os caminhos para a sua baliza. Foram os principais responsáveis pela vitória.

Mais do que pelo talento escondido de Paulo Sousa, o jogo do Bessa valeu pelo golo magnífico de Isaías, em queda perante Lemajic, depois de um túnel a Nogueira, e por me ter feito recordar um Futre de que poucos se lembram: um falhanço inacreditável com o pé esquerdo, já sem guarda-redes pela frente, negando a um espantoso Rui Costa a segunda assistência da partida.

(by El Pibe da Trafaria)

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