O tempo
Gosto do Carvalhal. Desde aquela brincadeira do Leixões. No Belenenses tem estado bem, sobretudo este ano, na época passada esperava mais. Mas isso agora não interessa nada.
Hoje o Carvalhal falou de futebol como os treinadores não costumam falar. Não se referiu apenas aos seus jogadores e aos do F.C. Porto, ao próximo jogo, que é sempre o mais importante, e essas coisas.
Falou do futebol que prejudica o jogo. Falou das coisas que andam mal por cá e fez a pergunta da época, pelo menos até ver: «Está alguém a pensar o futebol em Portugal?»
Claro que todos sabemos a resposta, mas perguntar é sempre giro, porque, como sabem os jornalistas, perguntar pode incomodar mais do que responder.
É evidente que ninguém tem paciência para pensar no futebol, quanto mais explicar alguma coisa. (agora ia escrever que os dirigentes são o pior disto tudo. Mas não escrevo, porque tenho a certeza que já o disse mil vezes e escrevi pelo menos 500, pelo que o risco de me tornar aborrecido deixaria de existir: seria um facto) Mas há quem tente fazer alguma coisa.
No início da época, os árbitros convidaram os treinadores para uma conversa, com perguntas e respostas. Só metade dos clubes profissionais lá esteve, não poucos representados por adjuntos. A coisa decorreu na Covilhã, que é uma cidade engraçada, e até metia comes. Mesmo assim a casa não encheu.
Pode ser que os principais interessados nunca tenham tempo para uma jantarada. Como nós não temos tempo para ler mais, escrever mais, viajar mais, almoçar mais com os amigos, ir mais ao cinema e ao teatro, até à bola. O tempo é uma coisa lixada e portanto é muito provável que seja ele também o responsável primeiro pelo futebol que temos. No fundo, quem gosta de futebol quer. Até os dirigentes querem. Mas não têem tempo.
(by Falso lento)
Hoje o Carvalhal falou de futebol como os treinadores não costumam falar. Não se referiu apenas aos seus jogadores e aos do F.C. Porto, ao próximo jogo, que é sempre o mais importante, e essas coisas.
Falou do futebol que prejudica o jogo. Falou das coisas que andam mal por cá e fez a pergunta da época, pelo menos até ver: «Está alguém a pensar o futebol em Portugal?»
Claro que todos sabemos a resposta, mas perguntar é sempre giro, porque, como sabem os jornalistas, perguntar pode incomodar mais do que responder.
É evidente que ninguém tem paciência para pensar no futebol, quanto mais explicar alguma coisa. (agora ia escrever que os dirigentes são o pior disto tudo. Mas não escrevo, porque tenho a certeza que já o disse mil vezes e escrevi pelo menos 500, pelo que o risco de me tornar aborrecido deixaria de existir: seria um facto) Mas há quem tente fazer alguma coisa.
No início da época, os árbitros convidaram os treinadores para uma conversa, com perguntas e respostas. Só metade dos clubes profissionais lá esteve, não poucos representados por adjuntos. A coisa decorreu na Covilhã, que é uma cidade engraçada, e até metia comes. Mesmo assim a casa não encheu.
Pode ser que os principais interessados nunca tenham tempo para uma jantarada. Como nós não temos tempo para ler mais, escrever mais, viajar mais, almoçar mais com os amigos, ir mais ao cinema e ao teatro, até à bola. O tempo é uma coisa lixada e portanto é muito provável que seja ele também o responsável primeiro pelo futebol que temos. No fundo, quem gosta de futebol quer. Até os dirigentes querem. Mas não têem tempo.
(by Falso lento)
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