A malta gosta de bola, prontos. Uma vez até fizemos um site, que se chama maisfutebol. Somos jornalistas e tudo. Mas aqui não. Diagnósticos, prognósticos e inseguranças técnico-tácticas para maisfutebol@iol.pt

sábado, maio 21, 2005

A estratégia dos milagres múltiplos

Submetido, durante 120 minutos, a um colossal banho de bola, dado por Ronaldo, Rooney e companhia, o Arsenal esperou por um milagre. Depois por mais outro. Depois ainda outro. E mais outro. Quando chegaram os «penalties», a conquista do caneco era uma evidência, que o falhanço de Scholes se limitou a formalizar: atingindo o ponto G das equipas defensivas, o tal que garante milagres múltiplos até ao último apito do árbitro, a equipa de Arsène Wenger tinha-se tornado simplesmente invencível.

Que um técnico reputado pelo seu futebol sedutor e ofensivo tenha cuspido na cara de uma tradição centenária, fazendo deste Arsenal, na prática, a primeira equipa italiana a ganhar uma Taça de Inglaterra*, eis uma daquelas ironias que o futebol vai semeando, de tempos a tempos, para se rir de todos os esteriótipos e preconceitos com que julgamos decifrá-lo. Na verdade, desde que a bola salta, é ele que nos decifra a nós.

* Não há aqui qualquer confusão geográfica: ser italiano, no futebol, é um estado de espírito, não uma nacionalidade

(by Espoliado de Incheon)

Who Links Here