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quinta-feira, março 31, 2005

Afinal, para que servem os suplentes?

Desde que Scolari é seleccionador Portugal marcou 68 golos em 31 jogos. Desses, 22 foram marcados por suplentes, com Nuno Gomes (7) e Hélder Postiga (6) no top das contribuições. Falamos de quase um terço do total (32 por cento). E para quem não quer fazer contas, diga-se desde já que esta é uma percentagem anormalmente alta. Se fizermos a comparação com a Superliga, por exemplo, vemos que a equipa que mais marca através de suplentes, o Belenenses, se fica por 8 golos em 35 (23 por cento). As percentagens de Benfica (12), F.C. Porto (10), Boavista (15), Sp. Braga (13) e Sporting (6 por cento), são ainda mais irrelevantes.

Se ficarmos só com os 12 jogos oficiais da Selecção (Europeu e Mundial), temos 10 golos vindos do banco para um total de 29. A percentagem é ainda um pouco mais alta (34 por cento), e reduz a margem admissível para se falar de acaso. Claro que os números, só por si, valem pouco quando não permitem interpretações claras. E aqui é que a porca torce o rabo. Porque é possível olhar para esta realidade e argumentar que Scolari, além de ter estrelinha, é um técnico astuto que sabe tirar partido do banco nas alturas certas para valorizar a equipa. Mas também é possível defender o contrário: que tem sido a inspiração dos suplentes, a golpes de sorte sucessivos, a corrigir erros de «casting» e de estratégia.

Fiquem com o copo, e digam vocês se ele está meio cheio ou meio vazio. Qualquer que seja a escolha, podem ficar descansados porque estão certos: no futebol, o tempo prova tudo e o seu contrário. Ter razão é só uma questão de paciência.

(by Espoliado de Incheon)

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