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quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A conspiração

Pausa para introduzir uma alucinação não futebolística. Depois do intenso debate de ontem, em que todos nos deparámos com um Santana de regresso aos comentários de «Donos da Bola», mas introduzindo assuntos políticos e bem sérios (não se deve brincar com coisas sérias), aproveito a ideia deixada por Philip Roth em «The plot against America» para imaginar como seria Portugal se tudo fosse inverso. Ou seja, se o poder fosse tomado por alguém que nunca lá poderá chegar, ao contrário desta rotatividade entre PS e PSD (os nossas democratas e republicanos, trabalhistas ou conservadores).

Na tal América de Roth fala-se do fascismo promovido por Lindbergh, um ícone nacional condecorado por Hitler no anos 30. Se a história tivesse sido diferente, se os republicanos tivessem indicado este ex-aviador como candidato à presidência, provavelmente a América não se teria juntado aos aliados e o império nazi demoraria a extinguir-se.

O caso de Portugal, obviamente, não é tão grave. Não se fala de guerras, tiros, catástrofes e mortes, antes de boatos e uma ou outra proposta concreta. Numa altura em que a credibilidade dos políticos está rente ao chão, imaginemos se Portas conseguia alcançar a maioria absoluta. O que seria deste país? Tentem só construir esse quadro, com Bagão Félix, Celeste Cardona, Nobre Guedes, Lobo Xavier e outros assim. Qual código de trabalho ou aumento das reformas. No mínimo, voltava-se a ir fardado para as escolas, cantava-se o hino pela manhã e fazia-se o culto do líder... O mote está dado, expressem-no no dia 20.

P.S.: A pressão alta. Se bem que seja uma expressão introduzida por «mestre» Mourinho, convenhamos que não foi ele que a inventou. Ele estudou-a, como tantos outros, mas soube aplicá-la como ninguém. Mas, na minha perspectiva, a fórmula do sucesso advém da periodização táctica, essa sim uma diferença para todos os outros. Tudo o que é feito no treino está estudado ao pormenor, desde a colocação das barreiras aos 90 minutos cumpridos religiosamente. Ao contrário do treino integrado, aplicado, por exemplo, por Fernández, Mourinho sente que o caminho do sucesso está em formas diversas de abordar o trabalho diário. Os resultados estão aí.

(by Arquero)

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