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sexta-feira, dezembro 02, 2005

Como dantes

O futebol era muito mais emocionante e genuíno quando não havia dinheiro, nem público, nem patrocínios, nem agentes, nem contratos, nem financiamentos autárquicos, nem terrenos, nem TV's para desequilibrá-lo. É óbvio, basta lembramos o nosso futebol de rua.

Mas quem não quiser puxar pela memória tem bom remédio: basta-lhe olhar para a classificação da Liga de Honra. Três pontos entre primeiro e sexto, sete pontos entre primeiro e décimo, o último a empatar em casa do líder, resultados sistematicamente imprevisíveis, jogos emocionantes em que os conceitos de «jogar bem» e «jogar mal» se tornam tão discutíveis e desnecessários como nas nossas peladinhas até ao escurecer.

Que, pelo meio, haja plantéis inteiros sem ver a cor do dinheiro e famílias a passar dificuldades, eis um pequeno inconveniente que passa bem sem ser lembrado nas fontes habituais da nossa amada alienação colectiva. São - ai, como é que os americanos lhes chamavam? - meros danos colaterais deste regresso do futebol à Idade da Pedra. Eu gosto, porque sou um primitivo. E os primitivos não precisam das modernices do profissionalismo para nada.

(by Espoliado de Incheon)

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