Era mais ou menos isto que eu andava a querer dizer (I)
A inspiração não abunda, por isso fiquem-se com este excerto do editorial da edição de Novembro da WSC (When Saturday Comes) uma das revistas de futebol mais honestas e íntegras que para aí andam. O contexto é, obviamente, o estado actual da Premier League. Mas estejam à vontade para extrapolar:
«(...) Não podemos fugir ao facto de os grandes clubes terem causado grandes prejuízos ao futebol de topo, com a ajuda da Sky. O jogo tornou-se demasiado previsível porque os quatro ou cinco melhores são recompensados três vezes: pelos prémios de posição no final da Liga, pelas receitas de TV no ano seguinte e pelo bónus da ida à Liga dos Campeões. E isto tudo antes de começarmos sequer a falar de outras fontes de financiamento, sejam exteriores ao jogo (publicidade) ou os bolsos dos adeptos comuns.
Uns poucos clubes demasiado favorecidos tornaram-se empresas de maior ou menor sucesso que tomam todas as medidas possíveis para diminuir os riscos de derrotas no relvado e o consequente risco de eventual quebra de receita. O elemento de competição aberta, fundamental para um desporto de funcionamento saudável, foi sendo progressivamente afastado. E o valor de entretenimento para os espectadores nunca foi, em si mesmo, uma prioridade para os clubes. (...) Mas pelo menos quando o futebol era barato ninguém se incomodava muito se o jogo fosse aborrecido (...).
As falhas evidentes na estrutura do futebol moderno são sublinhadas porque a realidade não corresponde à excitação criada pela Sky e cª. O futebol começa a ceder debaixo do peso da importância que lhe foi atribuída nos últimos dez anos. Está, finalmente, a ser chamado para justificar o volume de atenção concedida e não tem hipóteses de o fazer com êxito.
O estatuto do futebol como o nosso desporto mais popular não está em risco. O que está em risco é a excitação em seu redor. Um cronista do «Daily Star» saiu em defesa do futebol face a críticas recentes, chamando-lhe o «sangue vital do nosso país». Isto não reflecte amor ao desporto, mas uma obsessão maníaca, evidente para qualquer um decidido a parar e pensar. É altura de o futebol enfrentar a realidade em vez de fugir dela» .
(tradução livre by Espoliado de Incheon)
«(...) Não podemos fugir ao facto de os grandes clubes terem causado grandes prejuízos ao futebol de topo, com a ajuda da Sky. O jogo tornou-se demasiado previsível porque os quatro ou cinco melhores são recompensados três vezes: pelos prémios de posição no final da Liga, pelas receitas de TV no ano seguinte e pelo bónus da ida à Liga dos Campeões. E isto tudo antes de começarmos sequer a falar de outras fontes de financiamento, sejam exteriores ao jogo (publicidade) ou os bolsos dos adeptos comuns.
Uns poucos clubes demasiado favorecidos tornaram-se empresas de maior ou menor sucesso que tomam todas as medidas possíveis para diminuir os riscos de derrotas no relvado e o consequente risco de eventual quebra de receita. O elemento de competição aberta, fundamental para um desporto de funcionamento saudável, foi sendo progressivamente afastado. E o valor de entretenimento para os espectadores nunca foi, em si mesmo, uma prioridade para os clubes. (...) Mas pelo menos quando o futebol era barato ninguém se incomodava muito se o jogo fosse aborrecido (...).
As falhas evidentes na estrutura do futebol moderno são sublinhadas porque a realidade não corresponde à excitação criada pela Sky e cª. O futebol começa a ceder debaixo do peso da importância que lhe foi atribuída nos últimos dez anos. Está, finalmente, a ser chamado para justificar o volume de atenção concedida e não tem hipóteses de o fazer com êxito.
O estatuto do futebol como o nosso desporto mais popular não está em risco. O que está em risco é a excitação em seu redor. Um cronista do «Daily Star» saiu em defesa do futebol face a críticas recentes, chamando-lhe o «sangue vital do nosso país». Isto não reflecte amor ao desporto, mas uma obsessão maníaca, evidente para qualquer um decidido a parar e pensar. É altura de o futebol enfrentar a realidade em vez de fugir dela» .
(tradução livre by Espoliado de Incheon)
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