Koeman, o conceito e a aplicação
Será que Koeman inventou assim tanto? As selecções jovens já há algum tempo que o praticam. Lembro-me de Jesualdo nas Esperanças, de Agostinho Oliveira desde quase sempre. O 4x3x3 é habilmente transformado em 3x4x3, em algum momentos, consoante o adversário. E com sucesso. Certas equipas nacionais até o fizeram durante os jogos dependendo dos jogadores que tinham: lembro-me de Caneira a subir de defesa para trinco ou descer de trinco para defesa, consoante a equipa tinha a bola ou não. Certo, isso não se passa no Benfica. Mas será assim tão estranho passar de um 4x3x3 para um 3x4x3?
O treinador holandês não se revê na exibição de Coimbra. Se calhar, esperava muito mais da equipa do meio-campo para a frente. Mudou. Fez bem? Muitos dizem que não. Não me parece que seja assim tão errado. Dizer que três centrais para um homem do Gil era de mais também não parece o mais adequado, já que a situação era mais de três defesas do que de cinco, com Rocha a fechar à esquerda e Anderson à direita. Beto raramente foi lateral, Nélson andava muito pouco cá atrás. Os defesas aproximaram a bola muito mais da baliza do que em jogos recentes.
O erro de Koeman, parece-me, passou pelas adaptações, sobretudo a de Beto. Nélson poderá enquadrar-se perfeitamente neste esquema (o lugar também seria perfeito para Miguel, sim!) na direita, e no outro lado Léo ou Dos Santos não deverão estranhar o adiantamento no relvado. O certo é que em 20 minutos o Benfica podia ter resolvido o jogo e se tivesse vencido todos elogiariam ontem e hoje o holandês. Fala-se de que não se testou nunca o novo esquema. Mas seria mesmo tão necessário? Com Ricardo Rocha na equipa, o Benfica não tem momentos de três centrais claros?
Na frente, a outra questão: a interioridade de Simão e Nuno Assis. Nuno Gomes ganha mais companhia - talvez tenha sido o melhor jogo do avançado nos três jogos oficiais já realizados -, há menos gente nas alas. O esquema permite que em certos momentos Simão ou Nuno Assis estejam ao lado de Nuno Gomes e o outro numa das alas. Simão e Nuno Assis (ou Geovanni) não podem ter essa função e desempenhá-la bem? Parece-me que sim.
O grande handicap do Benfica nestes primeiros jogos foi a quebra de ritmo. Talvez isso seja explicado pela falta de alguém que assuma a bola e organize o jogo da equipa. Aí é que o campeão falha: falta-lhe um bom número 8 para este esquema. No 3x4x3, até prova em contrário, só cabe um número 10 se se abdicar de um dos extremos ou então ele tem de partir de uma das laterais. Ou então, o risco é ainda maior e sacrifica-se um trinco.
O conceito do qual Koeman partiu não é assim tão errado, falhou foi a aplicação do mesmo.
(by El Pibe da Trafaria)
O treinador holandês não se revê na exibição de Coimbra. Se calhar, esperava muito mais da equipa do meio-campo para a frente. Mudou. Fez bem? Muitos dizem que não. Não me parece que seja assim tão errado. Dizer que três centrais para um homem do Gil era de mais também não parece o mais adequado, já que a situação era mais de três defesas do que de cinco, com Rocha a fechar à esquerda e Anderson à direita. Beto raramente foi lateral, Nélson andava muito pouco cá atrás. Os defesas aproximaram a bola muito mais da baliza do que em jogos recentes.
O erro de Koeman, parece-me, passou pelas adaptações, sobretudo a de Beto. Nélson poderá enquadrar-se perfeitamente neste esquema (o lugar também seria perfeito para Miguel, sim!) na direita, e no outro lado Léo ou Dos Santos não deverão estranhar o adiantamento no relvado. O certo é que em 20 minutos o Benfica podia ter resolvido o jogo e se tivesse vencido todos elogiariam ontem e hoje o holandês. Fala-se de que não se testou nunca o novo esquema. Mas seria mesmo tão necessário? Com Ricardo Rocha na equipa, o Benfica não tem momentos de três centrais claros?
Na frente, a outra questão: a interioridade de Simão e Nuno Assis. Nuno Gomes ganha mais companhia - talvez tenha sido o melhor jogo do avançado nos três jogos oficiais já realizados -, há menos gente nas alas. O esquema permite que em certos momentos Simão ou Nuno Assis estejam ao lado de Nuno Gomes e o outro numa das alas. Simão e Nuno Assis (ou Geovanni) não podem ter essa função e desempenhá-la bem? Parece-me que sim.
O grande handicap do Benfica nestes primeiros jogos foi a quebra de ritmo. Talvez isso seja explicado pela falta de alguém que assuma a bola e organize o jogo da equipa. Aí é que o campeão falha: falta-lhe um bom número 8 para este esquema. No 3x4x3, até prova em contrário, só cabe um número 10 se se abdicar de um dos extremos ou então ele tem de partir de uma das laterais. Ou então, o risco é ainda maior e sacrifica-se um trinco.
O conceito do qual Koeman partiu não é assim tão errado, falhou foi a aplicação do mesmo.
(by El Pibe da Trafaria)
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