Esta selecção é um prodígio
A discutir a baliza estão, nesta altura, o guarda-redes mais inseguro e acossado do país e o suplente do campeão nacional. Que acaba de perder a titularidade para o menino bonito dos sócios do seu clube, por este ser mais novo.
Como opção para lateral-direito temos uma terceira escolha do Benfica, recém-transformada em reforço de um clube da segunda metade da tabela na Liga alemã. Como provável titular a lateral-esquerdo, um jogador metido no congelador pelo seu próprio clube, que há dois meses o impede de competir e até treinar no seu espaço natural.
No meio-campo, a suposição, que imaginamos partilhada pelo seleccionador, de que Costinha e Maniche não desaprenderam de jogar com o frio. Nunca mais ninguém os viu em acção desde que partiram para o exílio, mas um telefonemazito deve bastar para tranquilizar o espírito confiante do seleccionador.
Nas alas, tudo previsível também: o incontornável Santo padroeiro da era-Scolari, agora suplente no Inter e o seu indiscutível herdeiro (pelo menos dentro de campo, que fora dele são outros quinhentos) a titulares, o eterno incompreendido, em versão Calimero, e o eterno ignorado como seus suplentes.
Restam Pauleta, com o «record» de Eusébio transformado em muralha mental, e Postiga, a aposta mais exclusiva e claramente ganha da teimosia do seleccionador. Nuno Gomes parece ter caído pelo ralo e por agora ninguém parece muito disposto a perder tempo a perguntar por ele. Por agora...
Que tudo isto ainda faça algum sentido; que as alternativas, pelo menos em alguns casos, sejam escassas ou nulas; e que mesmo assim Portugal esteja a um passo de carimbar a qualificação mais fácil em 75 anos de Mundial - dominando, é certo, o grupo mais fraco que alguma vez se atravessou no seu caminho; eis, decididamente, um daqueles prodígios que remetem o mais empedernido incréu de volta à esfera da fé.
Afinal de contas, é bem provável que Deus exista, fale brasileiro e tenha costela transmontana. Com unhaca do mindinho saliente e camisa aberta com vista sobre crucifixo em cama de pêlos. E tudo o resto a que um bom portuga aculturado tem direito.
(by Espoliado de Incheon)
Como opção para lateral-direito temos uma terceira escolha do Benfica, recém-transformada em reforço de um clube da segunda metade da tabela na Liga alemã. Como provável titular a lateral-esquerdo, um jogador metido no congelador pelo seu próprio clube, que há dois meses o impede de competir e até treinar no seu espaço natural.
No meio-campo, a suposição, que imaginamos partilhada pelo seleccionador, de que Costinha e Maniche não desaprenderam de jogar com o frio. Nunca mais ninguém os viu em acção desde que partiram para o exílio, mas um telefonemazito deve bastar para tranquilizar o espírito confiante do seleccionador.
Nas alas, tudo previsível também: o incontornável Santo padroeiro da era-Scolari, agora suplente no Inter e o seu indiscutível herdeiro (pelo menos dentro de campo, que fora dele são outros quinhentos) a titulares, o eterno incompreendido, em versão Calimero, e o eterno ignorado como seus suplentes.
Restam Pauleta, com o «record» de Eusébio transformado em muralha mental, e Postiga, a aposta mais exclusiva e claramente ganha da teimosia do seleccionador. Nuno Gomes parece ter caído pelo ralo e por agora ninguém parece muito disposto a perder tempo a perguntar por ele. Por agora...
Que tudo isto ainda faça algum sentido; que as alternativas, pelo menos em alguns casos, sejam escassas ou nulas; e que mesmo assim Portugal esteja a um passo de carimbar a qualificação mais fácil em 75 anos de Mundial - dominando, é certo, o grupo mais fraco que alguma vez se atravessou no seu caminho; eis, decididamente, um daqueles prodígios que remetem o mais empedernido incréu de volta à esfera da fé.
Afinal de contas, é bem provável que Deus exista, fale brasileiro e tenha costela transmontana. Com unhaca do mindinho saliente e camisa aberta com vista sobre crucifixo em cama de pêlos. E tudo o resto a que um bom portuga aculturado tem direito.
(by Espoliado de Incheon)
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