Não há fome que não dê em fartura? Isso queria eu!
Na passada quarta-feira à noite empanturrei-me com um delicioso bacalhau com todos. Foi do melhor, excelente, como há muito não comia um. Foi comer até fartar. Mais tarde pensei que houve um bocadinho de gula; que não foi normal... Talvez. Mas não fez mal algum - só acontece de vez em quando (de 10 em 10 anos...). Estava a saber mesmo bem. E nunca mais acabava. E só acabou quando não havia mais - nem espinhas, pois o gato também é gente. Depois desta pratada, por incrível que pareça, ainda tive estômago para rematar a faustosa comesaina lusitana com um par de scones e um chazinho – genuínos, do outro lado do canal. Caiu a preceito (mas só entrou porque trazia garantia de qualidade). Confesso, a única coisa que ainda podia caber.
O que chateia é que na generalidade das semanas costuma ser ao contrário: sou «obrigado» a enfardar uma pratada de rosbife para saciar a fome (sempre fui um rapaz de muito apetite...) e é só então, quando já comi o suficiente de todas as refeições, que chega a vez da aguardente de medronho, se bem que quase sempre rasca (com rótulo do Algarve, mas fabricada em Marrocos) - e eu que nem aprecio muito carne mal passada, mas rosbife é assim que se come... e depois de terem descoberto a mostarda de Dijon, agora até já o temperam todas as semanas com umas folhas de louro, que acaba por dar um travo bem português...
Mas não é a mesma coisa. O ideal era o bacalhau uma vez, o cozido outra, a galinha de cabidela, os rojões, as açordas, as alheiras, etc., etc.... O peixe e batatas fritas, o esparguete carbonara, a lasanha, a paelha deveriam servir para intercalar o calendário gastronómico; não para o dominarem - o estômago português, volta-e-meia, queixa-se disso. E como bom português que gosta de grandes almoçaradas e jantaradas, digam lá se não seria bom comer até não poder mais, na tal volta-e-meia, a discutir com os nossos companheiros de empreitada «Então? O que é que vamos deitar abaixo hoje? Começamos por um queijinho de Serpa?...»
(by Em Busca do Prejuízo Perdido)
O que chateia é que na generalidade das semanas costuma ser ao contrário: sou «obrigado» a enfardar uma pratada de rosbife para saciar a fome (sempre fui um rapaz de muito apetite...) e é só então, quando já comi o suficiente de todas as refeições, que chega a vez da aguardente de medronho, se bem que quase sempre rasca (com rótulo do Algarve, mas fabricada em Marrocos) - e eu que nem aprecio muito carne mal passada, mas rosbife é assim que se come... e depois de terem descoberto a mostarda de Dijon, agora até já o temperam todas as semanas com umas folhas de louro, que acaba por dar um travo bem português...
Mas não é a mesma coisa. O ideal era o bacalhau uma vez, o cozido outra, a galinha de cabidela, os rojões, as açordas, as alheiras, etc., etc.... O peixe e batatas fritas, o esparguete carbonara, a lasanha, a paelha deveriam servir para intercalar o calendário gastronómico; não para o dominarem - o estômago português, volta-e-meia, queixa-se disso. E como bom português que gosta de grandes almoçaradas e jantaradas, digam lá se não seria bom comer até não poder mais, na tal volta-e-meia, a discutir com os nossos companheiros de empreitada «Então? O que é que vamos deitar abaixo hoje? Começamos por um queijinho de Serpa?...»
(by Em Busca do Prejuízo Perdido)
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