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quinta-feira, janeiro 27, 2005

Alguns adeptos não merecem um Benfica-Sporting assim

O Benfica-Sporting de quarta-feira foi provavelmente o segundo melhor «derby» de que me lembro.

É uma afirmação que não vale muito, só vejo futebol há 25 anos, mas é a minha opinião.

O primeiro da lista terminou 6-3, para o Benfica, e decidiu um campeonato numa noite de chuva (não vi o «7-1», mas não pode ter sido melhor, são necessárias duas equipas para um jogo grande).

O de quarta-feira foi emocionante, pleno, capaz de nos fazer sentir bem no dia seguinte. A nós, os que gostamos de futebol antes de qualquer camisola, jogador, treinador ou dirigente.

Infelizmente, o grau de discussão à volta de um jogo assim, memorável na exacta dimensão da palavra, é baixo.

Muitos adeptos, de Benfica e Sporting, passaram o dia seguinte a discutir casos. A expulsão de Hugo Viana, a simulação de João Pereira e mais um sem número de coisas verdadeiras ridículas face à grandeza de um jogo como aquele.

Em Portugal o jogo é sofrível e as pessoas queixam-se com justiça da qualidade do espectáculo. No dia em que lhes é permitido observar um Benfica-Sporting como poucos, que fazem? Elegem o árbitro como referência.

No fundo, embora isto possa custar-me leitores e muitos comentários insultuosos, alguns adeptos não merecem grandes jogos. Porque simplesmente não sabem identificar um quando o vêem. Estão demasiado condicionados por anos e anos de discussão estéril que só serviu para perpetuar maus dirigentes e meia dúzia de treinadores incompetentes.

O Benfica ganhou nos penalties? Quero lá saber.

Para quem gosta de futebol, venceram duas equipas, dignas, repletas de jogadores em noite inspirada.

Quem gosta de futebol reterá na memória o golo de Paíto, o remate de Simão, a astúcia de Liedson, a entrega de Sá Pinto, o sentido de oportunidade de Geovanni, a luta constante de Petit.

Na quarta-feira à noite, depois de mais de duas horas de um jogo perfeito, por acaso uma das equipas seguiu em frente na Taça. Mas não é disso que vou lembrar-me daqui por uns anos.

(by Falso lento)

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